compositoras
Camilla de Rossi
Maria Teresa Agnesi
Leonora Duarte
Élisabeth Jacquet de La Guerre
Guilhermina da Prússia
Maria Antonia da Baviera
Maria Margherita Grimani
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Interpretação: Raquel Mendes (soprano), Fernando Miguel Jalôto (cravo), Huw Daniel (violino e direcção), Real Câmara — Orquestra Barroca
Programa
Camilla de Rossi (c. 1670–1710)
Da oratória Sant’ Alessio: IntrodutioneMaria Teresa Agnesi (1720–1795)
Da ópera Il Re pastore: Ouverture, II. Andante Alla prigione anticaLeonora Duarte (1610–1678)
Das Sette Sinfonie à 5 Sinfonia I. De Decimi toni
Sinfonia II. De Duodesimi toniÉlisabeth Jacquet de La Guerre (1665–1729)
Da cantata L’ Île de Délos: Symphonie, Agreable sejour, Les arbres rejouis agitent leur feuillageGuilhermina da Prússia (1709–1758)
Concerto para Cravo e Orquestra de Cordas em Sol menor
Allegro — Andante cantabile — Gavotte I & IICamilla de Rossi (c. 1670–1710)
Da oratória Il Figliuol Prodigo: Introduzione
Da oratória Sant’ Alessio: Mi pasco di peneMaria Antonia da Baviera (1724–1780)
Da ópera Talestri, Regina delle Amazzoni
Sinfonia: II. Andantino, Da me ti dividi?*O concerto contará com um comentário inicial da musicóloga e curadora do programa, Inês Thomas Almeida.
Real Câmara
A Real Câmara é uma orquestra portuguesa de referência, dedicada à interpretação historicamente informada. Formada por músicos portugueses e estrangeiros especializados em Música Antiga, tem direcção artística de Marta Vicente e Diana Vinagre, e Enrico Onofri como maestro principal. Desde a sua estreia, em Agosto de 2021, actuou em prestigiadas salas e festivais do país. Em 2023, lançou o CD Lusitano Impero (Passacaille Records), revelando, em estreia mundial, obras dedicadas à corte portuguesa do séc. XVIII. Seguiu-se In Parasceve (2025), com a primeira gravação dos Responsórios de Sexta-Feira Santa de José Joaquim dos Santos. Tem como missão difundir internacionalmente o património musical português dos séculos XVIII e XIX, com gravações e participação no circuito de concertos dedicados à Música Antiga.
Violinos I · Huw Daniel, Patrizio Germone, Archimede De Martini Violinos II · César Nogueira, Ana Carvalho, Pieter Affourtit Violas · Antina Hugosson, Miriam Macaia Martins Cellos · Diana Vinagre, Emily Robinson Contrabaixo · Marta Vicente Cravo · Fernando Miguel Jalôto
Inês Thomas Almeida
Inês Thomas Almeida é musicóloga, doutorada em musicologia histórica e investigadora no Instituto de Etnomusicologia - Centro de Estudos em Música e Dança (INET-md) da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Entre janeiro e maio de 2025, foi Professora Visitante FLAD/Saab na University of Massachusetts Lowell, nos Estados Unidos. A sua investigação centra-se na música do século XVIII, relatos de viagem, mulheres na música, romanceiro antigo e redes culturais transnacionais. Actualmente, trabalha no seu projecto de investigação FEMUS 18 – Female Music Practice in 18th-Century Portugal, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia para 2024–2030. É criadora e docente do curso Mulheres Compositoras: História da Composição no Feminino desde a Idade Média até ao Século XXI , que lecciona desde 2021 em vários formatos na NOVA FCSH, e professora convidada no Doutoramento em Estudos de Género da NOVA FCSH /ISCSP-UL/NOVA School of Law. É Co-Coordenadora da Linha Temática de Investigação de Estudos de Mulheres, Género e Sexualidade (INET-md) e Coordenadora de Comunicação Científica da Ação COST Print Culture and Public Spheres in Central Europe (1500–1800), financiada por fundos europeus e que engloba mais de uma centena de investigadores de 30 países. Tem sido convidada a dar palestras ns universidades de Harvard, Yale, Brown, Madrid e Viena, entre outras. Mantém uma presença ativa como disseminadora musical na Fundação Calouste Gulbenkian e no Teatro Nacional de São Carlos. As suas publicações incluem o livro Vamos Correr Riscos: Textos Escolhidos de Madalena de Azeredo Perdigão (Fundação Calouste Gulbenkian e Edições-Tinta-da-China, 2023), co- editado com Rui Vieira Nery, e artigos em revistas científicas especializadas, sendo exemplos Imaginary Soundscapes: The Sounds of Portuguese Music as Captured by German Travellers at the End of the Ancien Régime (Brepols, 2024) e Proximidades: Compositores Portugueses e o III Reich (Iberoromania, 2019).
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Raquel Mendes
Natural de Braga, Raquel Mendes é uma soprano cuja versatilidade acolhe uma ampla variedade de repertórios e géneros musicais, dedicando-se tanto à carreira a solo como de ensemble e música de câmara. Iniciou os seus estudos musicais em violino no Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Braga, em 2003 e concluiu os estudos nesta instituição em 2015, no curso de canto, sob a orientação de Inês Sofia Em 2019 concluiu a licenciatura em canto na ESMAE com nota máxima, sob a orientação de António Salgado. Em 2024 venceu o Prémio Jovens Músicos na categoria de música barroca, tendo ganhado o 2o prémio na categoria de canto da mesma edição. Em 2023 foi galardoada com o 1º prémio no concurso de canto da Fundação Rotária Portuguesa, tendo vencido igualmente o 1o prémio no Concurso Internacional de Música Cidade de Almada e o 2o prémio no Prémio José Augusto Alegria. É membro co-fundador dos ensembles Il Filo d’Oro e L’Amoureux Empire - grupos focados na interpretação historicamente informada de música do século XVII. Colabora igualmente com ensembles como La Grande Chapelle, Ludovice Ensemble, Ensemble Bonne Corde, Cupertinos, Bando de Surunyo, Concerto Campestre, Moços do Coro e Ars Combinatoria. Enquanto solista, estreou diversas obras de compositores portugueses, entre os quais Alexandre Delgado, Pedro Lima, Francisco Fontes, Afonso de Portugal, João Santos, Tiago Candal, Agnelo Marinho, Gonçalo Mota, entre outros. Apresentou-se a solo em salas como a Capela Real de Madrid, Auditório de Saragoça, Auditório Nacional de Madrid, Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, Teatro São Luiz, Theatro Circo, Teatro Nacional São João, Sala Suggia, Teatro Municipal da Guarda, Teatro Municipal de Castelo Branco, Teatro Garcia Resende, Cine-Teatro Garrett e Teatro Helena Sá e Costa. A sua discografia compreende diversas gravações a solo e em ensemble, dentro das quais se destacam as etiquetas Hyperion Records, Lauda Musica e Ramée. No domínio da música de câmara, apresenta-se regularmente em recitais de canto e piano com os pianistas Ana Isabel Santos e Ángel González. Futuramente gravará o primeiro CD do ensemble L’Amoureux Empire, cuja estreia está prevista para abril de 2026.
Fernando Miguel Jalôto
É especializado em instrumentos históricos de teclado e na interpretação historicamente informada do repertório musical dos séculos XVI, XVII e XVIII. É fundador e director artístico do Ludovice Ensemble, um dos mais prestigiados grupos de Música Antiga nacionais. Em Portugal é membro do Ensemble Bonne Corde e da Orquestra Barroca Real Câmara, e colabora com os grupos de dança histórica La Portingaloise (Portugal) e La Floreta (Madrid). Apresentou-se com grupos especializados internacionais tais como Vox Luminis, Oltremontano, La Galanía, Capilla Flamenca, e Collegium Musicum Madrid. Tocou em vários festivais e inúmeros concertos por toda a Europa, Israel, China, Japão e Brasil. Gravou perto de três dezenas de álbuns para a Ramée/Outhere, Harmonia Mundi, Glossa Music, Passacaille, Challenge Records, Brilliant Classics, Dynamic, Parati, Anima & Corpo, Veterum Musica, Resonus Classics/Iventa e Conditura Records, bem como para as rádios portuguesa, espanhola, alemã, estónia e checa, e os canais televisivos Mezzo, Arte e RTP. Apresentou recitais a solo no prestigiante Festival Oude Muziek de Utrecht (Países Baixos) e a convite do Património Nacional (Espanha). Dirigiu grandes obras do repertório barroco, como as Vésperas de Monteverdi, missas e cantatas de Bach, oratórias de A. Scarlatti, óperas de Händel, Lully, Rameau, Charpentier e Bourgeois, em salas como a Fundação Gulbenkian e o CCB, e os festivais especializados de Utreque e Bruges. É o director artístico e pedagógico da Academia Ludovice, e tutor e director musical dos cursos de ópera e oratório barrocos do centro musical Benslow, em Hitchin (Reino Unido). Interessa-se particularmente por projectos transversais envolvendo dança, declamação e encenação históricas. Como maestro al cembalo é convidado para dirigir ensembles especializados internacionais, como a Jerusalem Baroque Orchestra e o Ensemble MEZZO em Israel, ou o HRBA (Croatian Baroque Ensemble) na Croácia e Irlanda, bem como orquestras como a Metropolitana de Lisboa, a Filarmonia das Beiras, a Orquestra do Algarve ou a Sinfonietta de Braga. Completou os diplomas de Bachelor of Music e de Master of Music em Cravo no Departamento de Música Antiga e Práticas Históricas de Interpretação do Conservatório Real da Haia (Países Baixos), na classe de Jacques Ogg. Frequentou masterclasses com Gustav Leonhardt, Olivier Baumont e Ilton Wjuniski, entre outros. Estudou também órgão barroco e clavicórdio, e foi bolseiro do Centro Nacional de Cultura e da FCT. É Mestre em Música pela Universidade de Aveiro e doutorado em Ciências Musicais pela Universidade Nova de Lisboa, com artigos de investigação musicológica publicados em Portugal, Espanha, Itália e Reino Unido.
Huw Daniel
Huw estudou na Ysgol Gyfun Ystalyfera, no sul do País de Gales, antes de se tornar bolsista de órgão no Robinson College, em Cambridge, onde se formou com honras de primeira classe em música, em 2001. Em seguida, estudou violino barroco na Royal Academy of Music com Simon Standage. É também um entusiasta intérprete de viola d'amore. É membro da Orchestra of the Age of Enlightenment e foi nomeado para seu concertino em 2020. Em 2004, Daniel foi membro da Orquestra Barroca da União Europeia (EUBO), cujos membros formaram a Harmony of Nations e passaram a tocar juntos e gravaram dois CDs. Foi concertino da Orquestra Barroca Casa da Música, no Porto, desde 2004, onde tocou frequentemente concertos e, ocasionalmente, dirigiu a orquestra. É também membro do Dunedin Consort e da Orquestra Barroca Irlandesa. Como líder convidado, tocou e gravou com a EUBO, English Concert, Academy of Ancient Music, King’s Consort, The Sixteen e Barokkanerne Oslo. Gravou dois CDs de trio sonatas de Purcell com a violinista Cecilia Bernardini e o The King’s Consort e do concerto para dois violinos de Bach com Cecilia Bernardini e o Dunedin Consort. Daniel é membro associado do Royal College of Organists e, em 2014, foi eleito membro associado da Royal Academy of Music. Em 2010, foi selecionado para participar no programa de empréstimo de instrumentos da Jumpstart Jr. Foundation e actualmente toca um violino de Jacob Stainer de 1665.